O mercado de fusões e aquisições (M&A) no Brasil vive um momento de forte recuperação em 2024. Com transações que já somam R$ 195 bilhões até o início de outubro, o volume representa um crescimento de 56% em relação ao mesmo período de 2023. Esse montante supera, inclusive, o total registrado no ano passado, que foi de R$ 117 bilhões. O número de operações também impressiona: 531 negócios já foram concluídos, aproximando-se rapidamente das 593 transações de todo o ano anterior.
Esse crescimento reflete tanto a maturação de mandatos represados durante o período de alta dos juros quanto a chegada de novas oportunidades. Setores estratégicos como infraestrutura, óleo e gás e agronegócio têm sido protagonistas, impulsionando transações de grande porte que ajudam a movimentar o mercado.
O que impulsiona a retomada?
Um dos fatores que explicam esse crescimento é a maior disposição dos investidores, especialmente estrangeiros, em assumir o chamado “risco Brasil”. Com a queda de juros nos Estados Unidos e uma percepção mais positiva sobre a economia brasileira, fundos de private equity e grandes corporações internacionais estão mais confortáveis para atuar no país.
Além disso, o cenário interno também contribui. A elevação do rating do Brasil pela agência de classificação Moody’s gerou confiança, enquanto setores como consumo, varejo e infraestrutura atraem atenção renovada. A venda de grandes ativos, como os campos de petróleo Peregrino e Pitangola, adquiridos pela Prio, e o controle da Santos Brasil, vendido à francesa CMA CGM por R$ 6,3 bilhões, são exemplos de operações que estão movimentando bilhões e criando expectativas para os próximos anos.
Setores em destaque
Infraestrutura é um dos setores mais aquecidos, com transações em saneamento e concessões que prometem continuar puxando o mercado. Já no setor de óleo e gás, as operações se mantêm relevantes, mostrando que a busca por sinergias e eficiência segue como uma das principais estratégias das empresas.
O setor de consumo, que havia perdido força nos últimos anos, voltou ao radar. Empresas de varejo e alimentos, por exemplo, estão aproveitando a recuperação do mercado para buscar consolidações e expandir suas operações. De acordo com Roderick Greenlees, do BBA, o segundo semestre de 2024 trouxe um aumento significativo nas transações, compensando um início de ano mais lento.
Perspectivas para 2025
Embora os resultados de 2024 sejam animadores, especialistas apontam que o verdadeiro auge da recuperação pode vir em 2025. O pipeline de operações está robusto, e muitos mandatos iniciados este ano devem se concretizar nos próximos meses. Felipe Thut, do Bradesco BBI, destaca que os bancos de investimento estão recebendo um volume crescente de mandatos de grande porte, o que deve gerar resultados expressivos a partir do ano que vem.
Além disso, o mercado global de M&A deve continuar sendo influenciado pela queda de juros nos Estados Unidos. Esse movimento reduz os custos de capital e torna os investimentos em países emergentes, como o Brasil, mais atrativos.
O papel dos fundos de Private Equity
Outro elemento importante na retomada são os fundos de private equity, que estão altamente capitalizados. Esses fundos desempenham um papel duplo: por um lado, vendem ativos maduros em processos de reciclagem de portfólio; por outro, estão aproveitando o momento para adquirir novos ativos a preços competitivos.
Esse movimento é essencial para manter o dinamismo do mercado, pois permite que empresas em crescimento recebam novos aportes e continuem expandindo suas operações. Anderson Brito, do UBS BB, enfatiza que essa combinação de compra e venda cria um ciclo saudável de investimentos, especialmente em setores como consumo, serviços financeiros e tecnologia.
Desafios que ainda persistem
Apesar do otimismo, o mercado de M&A ainda enfrenta desafios. A comparação com os anos de 2021 e 2022, que registraram R$ 401,5 bilhões e R$ 247,5 bilhões em transações, respectivamente, mostra que há espaço para crescimento. Além disso, as negociações em setores como energia têm sido impactadas por diferenças de expectativa de preço entre compradores e vendedores, o que impede a conclusão de algumas operações.
Outro ponto de atenção é o ambiente de incerteza global, com riscos geopolíticos e econômicos que podem afetar a confiança dos investidores. No entanto, a tendência geral é de recuperação gradual, com potencial de aceleração conforme os fundamentos econômicos se estabilizem.
Conclusão
O mercado de fusões e aquisições no Brasil está em franca recuperação, impulsionado por fatores internos e externos. Com um pipeline robusto e setores estratégicos em alta, as perspectivas para 2025 são positivas, prometendo um cenário ainda mais aquecido.
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