CEO do Morgan Stanley prevê retomada gradual de IPOs brasileiros com foco inicial nos EUA
Após um hiato de mais de três anos, o mercado de IPOs (oferta pública inicial) de empresas brasileiras começa a vislumbrar uma retomada. Alessandro Zema, CEO do Morgan Stanley no Brasil, compartilhou sua análise: essa retomada deve ocorrer de forma gradual, e os Estados Unidos serão o principal destino das primeiras operações. Mas o que leva empresas brasileiras a escolherem o exterior? E quais são os próximos passos desse mercado? Vamos explorar essas questões.
Cenário atual: o que influencia o mercado de IPOs?
O último IPO brasileiro foi o da fintech Nubank em agosto de 2021, um momento que marcou o fim de um ciclo de operações robustas na Bolsa de Valores brasileira, a B3. Em 2021, os juros estavam em níveis historicamente baixos, um fator-chave que incentivou um recorde de 45 operações de IPO, atraindo empresas como Raízen, Smart Fit e CSN Mineração.
No entanto, com o aumento das taxas de juros, os investidores passaram a priorizar a renda fixa, reduzindo a atratividade de ativos de risco como as ações. Esse novo cenário levou as empresas a repensarem suas estratégias de abertura de capital, buscando outras alternativas para levantar recursos.
Por que os Estados Unidos?
As empresas brasileiras que se preparam para realizar IPOs buscam, cada vez mais, o mercado norte-americano. A escolha se baseia em algumas razões:
Os primeiros movimentos: Moove e PicPay
Alguns nomes já despontam nesse cenário. A Moove, braço de lubrificantes da Cosan, iniciou o processo de IPO na Bolsa de Valores de Nova York, seguindo a tendência observada por Zema. Outro exemplo é o banco digital PicPay, que projeta sua entrada na Nasdaq para 2025. Essas movimentações mostram que o mercado norte-americano pode ser o principal catalisador para uma retomada das aberturas de capital brasileiras.
A influência dos juros e o impacto nos investidores
O aumento das taxas de juros nos últimos anos impactou diretamente o apetite do investidor por ativos de risco. Nos períodos de juros altos, o retorno de investimentos em renda fixa se torna mais atrativo, especialmente em cenários de instabilidade econômica, como o enfrentado globalmente nos últimos anos. Agora, com a queda nos juros nos Estados Unidos, espera-se um fluxo maior para o mercado de ações, criando um ambiente mais favorável para novas operações de IPO.
Quem está na fila?
De acordo com previsões do mercado, a retomada dos IPOs no Brasil pode ocorrer em 2025, com uma fila de empresas de diversos setores já se preparando para a abertura de capital. Entre as empresas esperadas estão:
Essas empresas representam setores estratégicos da economia e são aguardadas pelo mercado. Contudo, o sucesso dessa retomada ainda dependerá do contexto econômico global e das políticas monetárias, especialmente nos Estados Unidos.
Como fica o cenário brasileiro?
A expectativa é que, com a redução dos juros nos Estados Unidos, o cenário se torne mais atrativo para o retorno de IPOs no Brasil, ainda que de forma gradual. Empresas de grande porte com capacidade para atrair investidores internacionais são as mais prováveis de iniciar esse movimento.
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